Caríssimos provinciais,
Caríssimos irmãos dos Conselhos Provinciais,
Caríssimos irmãos todos,
Penso que, nestes dias, todos vós tereis seguido com atenção e compaixão o grande drama do Haiti. O terramoto do dia 12 de Janeiro foi de uma violência tremenda e semeou morte e destruição. Os mortos são muitos, os desalojados milhões e a tudo isto há a acrescentar a desestabilização de um país sem sólidas estruturas de governo.
Para nós salesianos, as perdas mais graves são, obviamente, as das vidas humanas de tantos jovens, adolescentes e crianças dos nossos ambientes (cerca de 500) e de três irmãos nossos.
O Sisma destruiu praticamente todas as nossas obras de Port-au-Prince. A Casa Provincial ficou seriamente danificada e praticamente inabitável. A Escola Profissional ENAM ficou totalmente destruída. As Petites Ecoles do Padre Bonhem desmoronaram. A Casa para os Rapazes da rua “Lakay” ficou destruída. O Pos-noviciado e Centro de Estudos de Filosofia (também para os religiosos de outras Congregações) ficou totalmente inabitável e deverá ser destruído e reconstruído. O Centro de Thorland ficou semi-destruído: caíram os pavilhões normalmente usados para o acolhimento de irmãos e grupos de jovens. A Escola de Petion Ville ficou seriamente danificada. De tudo isto encontrareis testemunhos fotográficos nas reportagens de ANS. A tudo isto acrescentam-se todos os danos das casas das FMA.
Os nossos irmãos de Haiti foram duramente provados, mas indubitavelmente eles estão com os olhos postos em nós. Estão a solicitar uma ajuda e um sustento que permita a Dom Bosco continuar a sua obra nesta nação e que lhes dê um sinal de esperança para continuarem o seu caminho de salesianos. Desde então vivem reunidos a céu aberto, juntamente com milhares de pessoas. Estamos muito agradecidos à Província de Santo Domingo que se fez “próxima” e fez chegar rapidamente alimentos e géneros de primeira necessidade, e recuperando um irmão gravemente ferido.
Esta minha carta pretende ser um sentido e, ao mesmo tempo, forte apelo à solidariedade da nossa Congregação Salesiana. Como numa família todos se inclinam sobre um filho doente, assim, movidos por grande “compaixão”, queremos assumir esta necessidade extraordinária e socorrer concretamente a pequena Visitadoria duramente provada.
Quero manifestar-vos a minha alegria em constatar que as Províncias mais pobres (da África, da Ásia e da América) foram as que responderam mais pronta e espontaneamente a este apelo à solidariedade.
Por isso convido todas as Províncias e as casas Salesianas do mundo inteiro a enviar uma ajuda significativa para estes nossos irmãos que estão em estado de absoluta necessidade. Após as primeiras emergências (alimentos, água, alojamento provisório…) dever-se-á pensar num plano de reconstrução que exigirá muitas energias e muitos recursos. Dirijo-me a todos e, com muita insistência, às Províncias que dispõem de meios mais avultados. Em nome de Dom Bosco asseguro-vos que o Senhor abençoará este vosso acto de caridade. Sede, portanto, generosos, ainda que a custo de atrasar algum projecto particular!
Como tendes conhecimento, a Congregação indicou uma conta especial da Procuradoria de New Rochelle para os benfeitores externos. Para os vossos donativos peço-vos que envieis directamente para a Direcção Geral, indicando, no documento de transferência, o destino das ofertas para o Haiti. Isto por uma questão de intervenção mais imediata e directa sobre a qual concordei com o Provincial do Haiti.
Caríssimos. O nosso Pai Dom Bosco, assim creio, desafiar-nos-ia neste momento a ser radicais e a ter uma total confiança na Providência. Por isso eu, em nome de Dom Bosco, faço-vos este pedido em nome dos nossos irmãos mais pobres!
Fico-vos agradecido por tudo quanto fizerdes. Deus vos abençoe. Este será o modo mais bonito de exprimir a nossa fidelidade ao nosso Pai comum, por ocasião da próxima festa de Dom Bosco.
N’Ele expresso-vos o meu grande afecto e a minha estima.
Roma, 18 de Janeiro de 2010
P. Pascual Chávez V., SDB
Reitor-Mor
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