quarta-feira, 17 de novembro de 2010

COMUNHÃO E MISSÃO DOS CRISTÃOS LEIGOS/AS

Pe. Jurandyr Azevedo Araujo, sdb

Leigos/as “são os fiéis batizados, incorporados a Cristo, membros do povo de Deus, participantes da função sacerdotal, profética e régia de Cristo, que tomam parte no cumprimento da missão de todo o povo cristão na Igreja e nos Mundo” (Lumens Gentium, n° 31a).
Hoje perguntamos quem são os leigos/as? Caracterizá-los apenas leigos/as, de maneira geral? Por certo não. São homens e mulheres que constituem uma parcela importante da Igreja e possuem rostos próprios. Suas interrogações têm que ser ouvidas e aproveitadas, porque trazem para dentro da Igreja olhar íntegro da sociedade. Ouví-los é ouvir a sociedade. Inserí-los e formá-los na comunidade eclesial é preocupar-se com o futuro desta e também da sociedade.
A vocação do/a leigo/a na Igreja se dá no batismo e a partir de sua opção por Cristo no horizonte do Reino de Deus. É daí que surge a sua participação na função profética, sacerdotal e régia, isto é, em sintonia com a missão eclesial. “A vocação própria dos/as leigos/as é administrar e ordenar as coisas temporais do Reino de Deus” (Vaticano II, Lumen Gentium, 31b). É viver o seu chamado e vocação dentro do mundo, dentro das situações particulares de vida, dando testemunho de fé, esperança e amor.
A missão do/a leigo/a é a de ser membro ativo e efetivo no mundo: isto é uma ação da Igreja, pois age no mundo a partir de sua convicção de fé. Não deve haver uma dicotomia entre vida familiar, social e profissional com a vida eclesial. Como assinala o Documento de Aparecida, 210 : nesta articulação deve-se buscar “autenticidade e coerência”, a fim de levar a sociedade á verdade do Evangelho e transformar as estruturas que nos envolvem.
Pelo chamado vocacional o/a leigo/a é chamado/a para atuar nas pastorais, isto é uma opção específica da Igreja local. Quanto a isso ele/ela deve atender, na medida do possível, em sintonia com sua vida. Suas ações eclesiais não se limitam a uma ação interna na Igreja (intra-eclesial), em uma pastoral ou movimento, vai além, é extra-eclesial, para o mundo, para atuar na sociedade.
Medellin e Puebla ressaltam a importância da autonomia dos/as leigos/as nas ações sociais e políticas, na organização de associações e entidades. Santo Domingos e Aparecida fortalecem o protagonismo e a sua ação na Igreja, como sujeitos de “ser e fazer” Igreja, “sendo discípulos/as e missionários/as” no mundo de hoje (Dap, 276). Não são mais objetos de evangelização, mas sujeitos eclesiais, portadores/as da mensagem salvífica.

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