Num mundo atual totalmente instável, nós somos desafiados a criarmos estabilidade dentro de cada um (uma) de nós. Somos interpelados (as) a cuidarmos de nossa saúde mental que é a nossa AUTO-ESTIMA.
Mas, o que podemos fazer para aumentar a nossa auto-estima?
A auto-estima é formada tanto por fatores internos quanto externos. Os "internos" são gerados pela pessoa: idéias, crenças, pensamentos. Os "externos" são os fatores do meio ambiente: mensagens verbais ou não verbais que nos são transmitidas, e as experiências produzidas pelos pais, professores, "pessoas significativas", pelas organizações e pela cultura. É importante considerar esses dois fatores.
A auto-estima é considerada o "sistema imunológico da consciência". É uma necessidade humana fundamental. Ela faz o seu trabalho dentro de nós, saibamos disso ou não. Somos livres para tomarmos ou não consciência dela.
A essência da auto-estima está em:
- CONFIAR NAS PRÓPRIAS IDÉIAS
- SABER-SE MERECEDOR(A) DA FELICIDADE.
"Se confio em minhas idéias e em meu julgamento, é mais provável que eu aja como um ser pensante".
Exercitando a minha capacidade de pensar, dando a devida atenção às minhas atividades, minha vida funciona melhor. E a confiança em minhas idéias é reforçada. Se eu desconfio do que penso, é mais provável que eu seja passivo(a) mentalmente, que eu dê menos atenção do que necessito às minhas atividades e que eu seja menos persistente diante das dificuldades. Se meus atos me desapontam ou têm conseqüências dolorosas, sinto-me justificado(a) por desconfiar de minhas idéias.
Se persevero diante das dificuldades, a probabilidade é que eu tenha mais sucesso que fracasso. É sinal de uma auto-estima elevada. Se não persevero diante das dificuldades, a probabilidade é que eu fracasse com mais freqüência do que tenha sucesso. Isso ajudará a reforçar a visão que possuo de mim mesma.
O fato de valorizarmos a auto-estima não é apenas permitir que nos SINTAMOS melhor, mas permitimos que VIVAMOS melhor - respondendo aos desafios e às oportunidades de maneira mais rica e mais apropriada.
A auto-estima saudável correlaciona-se com: racionalidade, realismo, intuição, criatividade, independência, flexibilidade, habilidade para lidar com as mudanças, disponibilidade para admitir (e corrigir) erros, benevolência, cooperação.
A auto-estima baixa correlaciona-se com: irracionalidade, cegueira diante da realidade, rigidez, medo do novo e não familiar, conformismo ou rebeldia impróprios, postura defensiva, comportamento por demais submisso ou supercontrolador, medo dos outros ou hostilidade em relação a eles.
A auto-estima é a base e o realce da vida. Eleva, busca o desafio e o estímulo de metas exigentes e valiosas. Alcança-las alimenta uma boa auto-estima.
A baixa auto-estima busca a segurança do que é conhecido e pouco exigente. Limitar-se ao conhecido e ao que é pouco exigente serve para enfraquecer a auto-estima.
Quanto mais sólida é a nossa auto-estima, mais preparados(as) estamos para lidar com os problemas que surgem nas nossas vidas, mais impulso teremos para expressarmos de um modo que reflita a nossa riqueza interior.
Quanto mais baixa é a nossa auto-estima, mais aguda será a necessidade de "provar" o que somos, ou de nos esquecermos de nós mesmos(as), vivendo de modo mecânico e inconsciente.
Alguns indicadores de baixa auto-estima:
- A autocrítica rigorosa: sinto-me sempre mal comigo mesmo(a)?
- Hipersensibilidade à crítica: sinto-me sempre atacado(a) e tenho ressentimento?
- Indecisão crônica: tenho medo exagerado de me enganar?
- Desejo excessivo de agradar: posso dizer não? Faço coisas para que gostem de mim?
- Culpabilidade neurótica: condeno-me por ações nem sempre má em termos objetivos?
- Hostilidade à flor de pele: acham-se geralmente agressivo(a)?
- Atitude super crítica: não gosto de quase nada? Quase tudo me decepciona, me faz mal?
- Tendências depressivas: sinto-me muitas vezes deprimido(a)?
Diante desses desafios podemo-nos perguntar: afinal, o que é auto-estima?
A AUTO-ESTIMA É A DISPOSIÇÃO PARA EXPERIMENTAR A SI MESMO COMO ALGUÉM COMPETENTE PARA LIDAR COM OS DESAFIOS BÁSICOS DA VIDA E SER MERECEDOR DA FELICIDADE (Brandem).
A auto-estima possui uma fisionomia?
Apresentamos alguns itens que devem ser tomados no seu conjunto para a auto-estima ser dada como certa na pessoa. Nenhum item separado garante alguma coisa, mas, quando todos aparecem juntos, a auto-estima pode ser dada como certa.
A auto-estima expressa-se no rosto, nos modos, na maneira de falar e de se mover que projetam o prazer que a pessoa sente por estar viva.
Expressa-se na tranqüilidade em falar das próprias conquistas ou dos seus defeitos de maneira direita e sincera, pois a pessoa tem uma relação amistosa com os fatos.
Expressa-se no conforto que a pessoa experimenta ao fazer e receber elogios, expressar afeto, apreciação, ou algo semelhante.
Expressa-se na abertura às críticas e no tranqüilo reconhecimento de seus erros, porque a auto-estima não está vinculada a uma imagem de "ser perfeito".
Expressa-se quando as palavras e os movimentos tendem a ter uma qualidade tranqüila e espontânea, refletindo o fato de que a pessoa não está em guerra consigo mesma.
Expressa-se na harmonia entre o que a pessoa diz e o que faz, na maneira como se apresenta visual e verbalmente e se movimenta.
Expressa-se numa atitude de abertura e curiosidade diante das idéias novas, novas experiências e novas possibilidades de vida.
Expressa-se no fato de que as sensações de ansiedade e de segurança, quando aparecem, talvez sejam menos intimidadoras e esmagadoras, pois aceita-las, lidar com elas e supera-las raramente será difícil ou impossível.
Expressa-se na capacidade de apreciar os aspectos humorísticos da vida, em si mesmo(a) e nos outros.
Expressa-se na flexibilidade para reagir às situações e aos desafios , pois a pessoa confia em suas idéias e não encara a vida como uma condenação ou uma derrota.
Expressa-se no conforto que é vivenciado diante de um comportamento assertivo, em si e nos outros.
Expressa-se na capacidade de preservar uma qualidade harmoniosa e digna sob condições estressantes.
Pare agora alguns minutos com você e procure perceber a sua própria fisionomia e postura pessoal.
A auto-estima é a opção pela vida porque a valorizo em mim.
Bibliografia:
1. BRANDEN Nathaniel, Auto-estima e os seus seis pilares, Editora Saraiva.
2. Revista de Espiritualidade Inaciana - ITAICI - nº33, setembro de 1998.
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