quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

MENSAGEM DO REITOR MOR PARA O MÊS DE DEZEMBRO

Beato FILIPE RINALDI (1856 - 1931)
Imagem viva de Dom Bosco
A vocação de um futuro Reitor-Mor

No ambiente agrícola de Lu Monferrato, lugar renomado não só pelo vinho, mas porque as famílias foram uma verdadeira "Vinha do Senhor" pelo número de vocações que ali desabrocharam, o exemplo mais conhecido é o da família Rinaldi.
O Senhor chamou sete filhos dessa família: duas filhas entraram entre as irmãs salesianas e, enviadas a Santo Domingo, estiveram entre as corajosas e pioneiras missionárias; entre os homens, cinco se fizeram sacerdotes salesianos. O mais conhecido dos cinco irmãos, Filipe Rinaldi, terceiro sucessor de Dom Bosco, sobressai por uma história vocacional singular e, também, como suscitador e acompanhador de vocações. Filipe gostava muito de recordar a fé das famílias de Lu: "Uma fé que fazia os nossos pais dizerem: o Senhor deu-nos filhos, e se Ele os chama, não podemos certamente dizer não!".
Em Mirabello, onde Dom Bosco abrira a sua primeira obra fora de Turim, Filipe teve a possibilidade de encontrar-se com o santo dos jovens e confessar-se com ele, tendo-o visto "refulgir improvisamente de luz arcana no rosto". Este olhar e este fascínio o acompanham e, de certo modo, o perseguem mesmo quando ao final do primeiro ano de colégio Filipe retorna à família, onde por cerca de dez anos retoma o trabalho nos campos. Dom Bosco não o perde de vista e o estimula a uma opção.
Aos vinte anos, durante um colóquio com Dom Bosco, verifica-se outra vez o fato que ele já notara em Mirabello: "Eis que o seu rosto se ilumina, depois se irradia da pessoa uma luz intensa, mais intensa do que a luz solar, até que passados alguns instantes foi retomando o seu aspecto normal". Filipe já está seguro da sua vocação: "Tendo-me despedido dos parentes, deixava às costas aquele mundo que me havia roubado os mais belos anos de vida". Faz-se salesiano continuando a manter-se sob o olhar direto e pessoal de Dom Bosco, que traça os empenhos e horizontes do seu caminho e a quem Filipe manifesta docilidade e obediência sem reservas.
Dada a maturidade da sua formação, Dom Bosco, que intuíra as suas virtudes e propensões apostólicas, em 1883, logo depois de um ano de sacerdócio, nomeia-o diretor dos "Filhos de Maria", isto é, responsável daquele viveiro de vocações adultas que dará muitíssimos frutos à Igreja, através da criação de um ambiente de família verdadeira e alegre. O olhar de Dom Bosco acompanha-o nos cinco anos vividos em Turim, onde goza do privilégio de se confessar semanalmente com ele e receber provas de confidência espiritual que colocam as sementes de um precioso amadurecimento sacerdotal e salesiano.
Enviado à Espanha, irradia a presença salesiana por toda a península, graças também à contribuição das Filhas de Maria Auxiliadora, abrindo vinte e uma novas casas em nove anos, de modo que se pode dizer que o P. Rinaldi foi o "Fundador" da obra salesiana na Espanha. Retornando a Turim como Prefeito (= Vigário) Geral da Congregação, dedica todas as manhãs, na Basílica de Maria Auxiliadora, mais de duas horas ao ministério das confissões, à direção espiritual, ao discernimento e acompanhamento vocacional: uma obra fecunda e preciosa que continuará mesmo quando for eleito Reitor-Mor da Sociedade Salesiana em 4 de abril de 1922. O terceiro sucessor de Dom Bosco, chamado a adequar o espírito do fundador aos novos tempos, manifesta os seus dotes de pai e a sua riqueza de iniciativas: cuida das vocações, cria centros de assistência espiritual e social para as jovens operárias, guia e apoia as Filhas de Maria Auxiliadora, promove a Associação dos Cooperadores Salesianos, institui as Federações mundiais dos ex-alunos e ex-alunas.
Trabalhando entre as Zeladoras de Maria Auxiliadora, intui e percorre um caminho que leva a atuar uma nova forma de vida consagrada no mundo, que floresceria depois no Instituto Secular das "Voluntárias de Dom Bosco". O impulso dado por ele às missões salesianas é enorme: funda institutos missionários, revistas e associações e, durante o seu reitorado, mais de mil e oitocentos salesianos partem para o mundo todo.
Para os Irmãos e as Filhas de Maria Auxiliadora é mestre de salesianidade: com o testemunho da vida e o ensinamento simples e concreto da pedagogia salesiana dá um extraordinário impulso a toda a vida das Congregações. É extraordinário o incremento dado por ele às vocações: os salesianos vão de 4 mil a 8 mil, e as casas de 400 a 600.
A Beatificação de Dom Bosco em 1929 coroa a sua existência salesiana e lhe oferece a ocasião de fazer reviver na sua autenticidade o carisma do fundador, aparecendo a todos como "a imagem viva de Dom Bosco" e, como dizia o P. Francesia, salesiano da primeira hora: "Ao P. Rinaldi só falta a voz de Dom Bosco".

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