terça-feira, 27 de março de 2012

Nino Baglieri, a lembrança de um amigo e irmão

Com o pedido oficial de iniciar a causa de beatificação, a santidade de Nino Baglieri também inicia a caminhada para ser reconhecida pela Igreja universal. Quem teve a possibilidade de o conhecer e estar-lhe perto, pode testemunhar desde agora a radicalidade com a qual o Voluntário Com Dom Bosco (CDB) viveu as virtudes evangélicas e a consagração secular salesiana. A seguir, algumas considerações, tiradas da lembrança pessoal de um de seus coirmãos CDB, Gaetano.
Depois de fazer a promessa como Cooperador Salesiano, Nino Baglieri sentiu que o chamado de Deus para viver o carisma salesiano exigia uma consagração secular. Entrou assim em 1994 para o grupo dos CDB, vivendo plenamente todos os traços característicos desse Instituto.
O traço secular dos CDB expressou-o ele em fazer-se de ligação entre Deus e os homens, buscando testemunhar a ação e o amor de Deus na vida dos homens: “Vendo embora os seus limites, Nino soube preparar uma mensagem preciosa que entregar aos homens de hoje: numa sociedade cada vez mais orientada ao culto do corpo, do prazer, da força física, Nino devia comunicar que o sofrimento não é um instrumento de dor e de morte, mas de purificação e de salvação!” – relembra o Sr. Gaetano.
Viveu a consagração como um ato consciente e de feliz resposta ao amor de Deus. No santinho de lembrança dos seus Votos perpétuos escreveu com a boca: “De agora em diante será a Oração, a Cruz, o Amor”. “Para Nino – prossegue Gaetano – assumir os votos significou realmente conformar-se a Cristo, segui-Lo de um modo especial e único. A consagração foi de fato o diamante mais belo da sua coroa”.
Animado pelo espírito salesiano, olhava para os jovens mais preocupado em salvar que em julgar. O otimismo salesiano levou-o a fazer da sua cadeira de rodas, antes, e do seu leito, depois, lugares de criatividade e de originalidade, para testemunhar e evangelizar. Escrevia aos jovens: “Sinto-me feliz de poder comunicar-lhes toda a alegria do Senhor”.
Encarnou plenamente o chamado à missão, própria de cada CDB, através do seu empenho em comunicar, apesar das suas limitações, a mensagem do Evangelho; e quando não podia contribuir materialmente, oferecia o seu sofrimento para o bom êxito da missão.
Nutrido cotidianamente pela Palavra e pelo Pão Eucarístico, amou com profunda devoção a Virgem Maria, a quem se entregava com abandono filial. Lembra o Sr. Gaetano: “Mais de vezes Nino chamava Nossa Senhora de ‘Mamãe’ e lhe pedia na oração auxílio e proteção”.
Pelos seus coirmãos CDB, enfim, tinha uma solicitude especial: “Também à custa de grande sofrimento de sua parte, preocupou-se por participar dos Exercícios Espirituais e dos momentos de encontro do Instituto. (....) Vivia as ocasiões de festa no Instituto e no Grupo com grande participação e não deixava de presentear alguma coisa a quem se preparava à Profissão ou à sua renovação. Sua participação se manifestava também na atenção a cada um: sempre perguntava pela nossa saúde, pela dos nossos familiares, por como vivíamos as dificuldades encontradas no caminho da formação: oferecia-se como apoio e auxílio se estava em condição de poder fazer alguma coisa por nós” – conclui o Sr. Gaetano.

Publicado em 02/03/2012

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