quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI PARA O DIA DOS ENFERMOS

Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora


A mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial do Doente evoca a determinação de João Paulo II para celebrar este dia em 11 de fevereiro, coincidindo com a memória da Bem-Aventurada Virgem de Lourdes.
O Santo Padre o Papa exorta para que sejamos sensíveis aos irmãos e irmãs doentes. Aquele que mais necessita é o que merece principalmente a nossa atenção.
Citando a Encíclica SPES SALVI, Bento XVI repete que “a grandeza da humanidade determina-se essencialmente na relação com o sofrimento e com quem sofre. Isto vale tanto para o indivíduo como para a sociedade. Uma sociedade que não consegue aceitar os que sofrem, não é capaz de contribuir, mediante a compaixão, para fazer com que o sofrimento seja compartilhado e assumido, mesmo interiormente, é uma sociedade cruel e desumana”.
O Papa visitou em Turim o Santo Sudário e relembra o rosto sofredor de Cristo ali retratado. Ele reforça nossa memória ao meditar sobre Aquele que carregou s obre si as nossas enfermidades, os nossos erros, os nossos problemas. E, então, ele nos diz: “Pelas suas chagas fostes curados”.
Lembrando que o Filho de Deus sofreu, morreu, mas ressuscitou, o Papa nos faz ver que exatamente chagas mostradas no Santo Sudário se tornaram sinal da nossa redenção, do perdão e da reconciliação com o Pai.
Entretanto, para os apóstolos e para nós, diz o Papa, “o sofrimento permanece sempre carregado de mistério, difícil de aceitar e suportar”.
Bento XVI lembra os discípulos de Emaús, que caminham tristes devido aos acontecimentos recentes em Jerusalém. Somente quando o Ressuscitado os acompanha é que uma nova visão se abre para eles.
Ele lembra também a passagem do Evangelho de João que fala de Tomé. Este precisava ver e tocar para acreditar.
Em seguida, Bento XVI se dirige, com carinho, aos doentes e sofredores, lembrando-lhes que é através das chagas de Cristo que podemos ter esperança diante dos males que afligem a humanidade. Afirma ainda que, tendo Ressuscitado, o Senhor não tirou o sofrimento e o mal do mundo, mas extirpou-os pela raiz. Jesus mostrou que o Amor é que vence o mal. Ele, vencedor da morte, está vivo no meio de nós e o Papa sugere que, como São Tomé, digamos: “Meu Senhor e meu Deus” e o sigamos com disponibilidade a prodigalizar a vida pelos irmãos. Que sejamos mensageiros de uma alegria que não teme a dor, que é a alegria da Ressurreição.
Citando São Bernardo, o Papa diz que “Deus não pode padecer, mas pode compadecer”. Em cada sofrimento humano está presente Aquele que partilha o sofrimento e o suporta. Através do sofrimento, a humanidade se torna testemunha da redenção de Cristo.
Dirigindo-se aos jovens, especialmente os que experimentam uma doença, lembrou que, muitas vezes, a cruz de Cristo causa medo porque parece negar a vida. Mas, ao contrário, a cruz é o “sim” de Deus ao homem, a fonte da qual brota a vida eterna. O Papa exorta os jovens a aprender a “ver” e a “encontrar” Jesus na Eucaristia, quando Ele está realmente presente para nós. É preciso que se saiba conhecê-lo e servi-lo também nos pobres, nos doentes, nos irmãos sofredores que precisam de nossa ajuda.
O Santo Padre convida os jovens, doentes ou sadios, a criar pontes de amor e de solidariedade, pois todos somos a família de Deus.
Dirigindo o olhar ao Sacratíssimo Coração de Jesus, que é a manifestação máxima do amor de Deus, o Papa afirma que, com o Missal Romano, o Sagrado Coração é “símbolo dos sacramentos da Igreja, para que todos os homens, atraídos pelo Coração do Salvador, bebam com alegria na fonte perene da salvação”.
Concluindo a mensagem, o Papa deseja exprimir o seu afeto a cada um dos doentes e sofredores, participando de suas dores e esperanças e desejando que Cristo Crucificado e ressuscitado conceda a todos a paz e a cura do coração. Que Maria esteja ao lado de todos, ela que é invocada como “saúde dos enfermos” e “consoladora dos aflitos”; ela que esteve aos pés da cruz estará sempre ao lado de cada pessoa que sofre.
O Santo Padre Bento XVI encerra pedindo as autoridades que invistam o seu poder e os recursos de que dispõe no sentido de minorar o sofrimento do povo. Enfim, ele abençoa todo o clero e cada fiel, garantindo incluir todos e cada um em suas orações para que vivam com saúde do corpo e da alma.

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